quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Era necessário e inadiável, só minha conciência sabe o quanto estava pesado e o quanto eu estava mal, pessoa de caráter que sou, três dias bastaram para uma certeza que ainda é uma interrogação, infelizmente não posso prever o futuro, mas aceito o desafio. Com a certeza de que não se pode ter tudo sigo tentando filtrar o que é melhor pra mim. Coisas boas vão surgindo na minha vida, junto com a inveja e os olhares que seguem cada gesto meu, e eu me sinto pronta para derrubar cada obstáculo e fazer com que os olhares sejam desviados. Nunca foi fácil ser diferente, nunca é, mas agora as coisas são mais simples de entender, é nítido que meu brilho próprio brilha mais forte e que mesmo sem querer me destaco. Que venham os desafios e os altos e baixos da vida, sei que Eles estão comigo, sei que sou abençoada por Eles e não preciso de mais nada. Obrigada por tudo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tenho murchado imperceptivelmente toda vez que gasto meu tempo com gente que não me acrescenta, que me suga. É essa maldita vontade de ser gente boa que acaba comigo. Parece que nesses momentos a gente descobre que tem que ser meio egoísta, porque não há nós mesmos suficientes para todo o mundo. Que seja cruel, mas que seja pela minha sanidade: eu me dôo para quem eu acho que merece. Minha atenção, meu sorriso, meu pesar, meu boa noite serão destinados só àqueles por quem eu me interesso. A questão é que meu ouvido não é penico. A questão é que eu não tenho paciência pra gente superficial e chata. E o tempo passa rápido demais. Não é uma questão de ingratidão; é só que a vida urge e eu preciso aproveitar melhor o tempo que me resta.

sábado, 19 de setembro de 2009

"Minh'alma que eu te dei, cheia de mágoas,
É nesta noite o nenúfar de um lago
Estendendo as asas brancas sobre as águas!

Pousa as mãos nos meus olhos, com carinho,
Fecha-os num beijo dolorido e vago...
E deixa-me chorar devagarinho... "

"O nosso encontro pertenceu ao reino do encantamento, mostrando que a filosofia é uma linha melódica tão poderosa que produziu em nós um acorde, digo, ou melhor, repito - um acordo: o dos amantes do corpo expressivo, que só oferecem um ao outro, o amor. "
"Pra tentar descontruir o fixo eu derreto, frito, desmonto, grito, me descabelo, até cair de joelhos. Exaurida e extenuada, perplexa. I just can't help myself. Finalmente se saber confortável, ou pílula de alegria. Entrega, entregue. Sou toda suor rubro e agridoce. Sou toda sua."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

o mundo vai, cheio de gente-fantoche. se julgam protegidos por tal invólucro de plástico.
peito e bunda de plástico, sorriso de plástico,(in)conveniência.
pessoas de plástico não morrem, mas também não vivem.
"... Eu me desnudo emocionalmente quando confesso minha carência – que estarei perdido sem você, que não sou necessariamente a pessoa independente que tentei aparentar. Na verdade, não passo de um fraco, cuja noção dos rumos ou do significado da vida é muito restrita. Quando choro e lhe conto coisas que, confio, serão mantidas em segredo, coisas que me levarão à destruição, caso terceiros tomem conhecimento delas, quando vou a festas e não me entrego ao jogo da sedução porque reconheço que só você me interessa, estou me privando de uma ilusão há muito acalentada de invulnerabilidade. Me torno indefeso e confiante como a pessoa no truque circense, presa a uma prancha sobre a qual um atirador de facas exercita sua perícia e as lâminas que eu mesmo forneci passam a poucos centímetros da minha pele. Eu permito que você assista a minha humilhação, insegurança e tropeços. Exponho minha falta de amor-próprio, me tornando, dessa forma, incapaz de convencer você (seria realmente necessário?) a mudar de atitude. Sou fraco quando exibo meu rosto apavorado na madrugada, ansioso ante a existência, esquecido das filosofias otimistas e entusiasmadas que recitei durante o jantar. Aprendi a aceitar o enorme risco de que, embora eu não seja uma pessoa atraente e confiante, embora você tenha a seu dispor um catálogo vasto de meus medos e fobias, você pode, mesmo assim, me amar..."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não tem perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu sei que outro deve estar falando a teu ouvido palavras de amor como eu te falei, mas eu duvido, eu duvido que ele tenha tanto amor e até a maneira de eu dizer. E nesta hora você vai lembrar-se de mim. Na noite envolvida no silêncio do teu quarto, antes de dormir você busca o meu retrato. Mas mesmo que quando não quer me ver sorrir, você vê o meu sorriso mesmo assim. E tudo isso vai fazer que você se lembre de mim. Se alguém tocar teu corpo como eu, não diga nada. Não vai dizer meu nome sem querer a pessoa errada, pensando no amor desse momento. Desesperada não sabe tentar chegar ao fim. E até nesse momento você irá lembra-se de mim. Eu sei que enquanto existirmos lembraremos. E que o tempo transforma todo amor em quase nada. Mas quase eu me esqueço de um grande detalhe, um grande amor não vai morrer assim. Por isso de vez em quando você vai, vai lembrar-se de mim. Não ganha nada em tentar me esquecer. Durante muito, muito tempo em tua vida, eu vou viver.

Não, não, não ganha nada em tentar.
Em me esquecer.

terça-feira, 7 de julho de 2009

...agora eu vou lhe dá uma dica, uma dica
o mundo é tão lindo!
ainda tem eu aqui te querendo, querendo
(ainda por cima tem eu te querendo, te querendo)
acordei pensando nisso...
E o bom da vida é viver bem,está bem, querer bem...
Não me sobrou muito. Meu corpo está triste e minhas idéias mais loucas sossegaram todas em minha cabeça, estou cansada de uma certa ausência de sentido para tudo o que vivo: pago minhas contas, sorrio nas festas, faço número na multidão – o que me ‘alegra’ é saber que ninguém escapa, ninguém que seja de verdade, ninguém que precise comer, sobreviver, morrer um dia. O mundo, claro, ainda me atrai, há ruas e homens que ainda não conheço e sei o que tudo isso significa quando a gente fica pensando assim por mais de dez minutos. Todo mundo já quis estar em outra vida que não a sua, não venha me dizer o contrário, lê aquelas revistas coloridas sobre princesas, mulheres altas e como ser igual a elas, eu deveria estar pensando em outra coisa – que hoje é domingo e posso ficar na cama até mais tarde.

Por que criaram essa ‘fantasia’ toda de felicidade eu me pergunto. Para que fossemos ao cinema e desejássemos a morte por sermos reais demais? Não tenho a segurança dos deuses que controlam tudo da janela de seus apartamentos. Eu sou uma personagem secundária, todo o filme é ali na minha frente, eu sequer tenho falas, entro muda e saio calada, mas aqui entre as minhas pernas eu me caso com cary grant. O telefone nunca toca. Se muito é engano. Querem me vender um plano de saúde. Eu digo que estou morta e é tarde demais. Os russos nos prometeram uma bomba. Aguardo ansiosa. Tudo podia ser bonito. Eu teria pincéis e desenharia, teria amigos que não perguntam simplesmente as horas, bobagens lindas quando ditas numa língua estrangeira. No outro dia eu não voltaria à vida, a vida de todo-o-dia, correta, direta, inflexível – ficaria lá naquela xangri-la, encontrariam-me numa banheira nua e especulariam sobre meus amantes: qual deles não teria suportado me ver nos braços de outro homem? Meu livro seria um escândalo, tudo falso mas rico em detalhes. Não precisaria escrever uma linha – alguém faria isto por mim – escritores vendem a alma fácil.

O sol insiste. Entra pela manhã. Procura meu corpo. Aquece, invade. É só o sol e nada mais está acontecendo que não seja o sol. Daqui a pouco ouvirei música. Virá do rádio. Alguma cantora triste, negra, gostaria de ter um nome francês como o dela. Falará de amor como eu imagino que seja amor, como me disseram que é amor, nada a ver com sujeitos que lhe pagam bebidas. Em seguida, escutarei homens ruidosos. Não estarão vivos por minha causa. Agitam-se numa construção próxima. Mais um arranha-céu nesta cidade que não para de crescer sobre mim. Desta vez se erguerá bem em frente à minha janela. Minha única janela. Bem em frente ao ‘meu’ sol. Meu único amante cativo. Daqui há pouco nem o sol... nem o sol para me ‘aquecer’.

guardado comigo

Gosto de guardar o que vivi. Mas às vezes preciso rasgar tudo, mentir sobre tudo, mudar de idéia. Tenho fechado em meus olhos um álbum de fotos que nunca revelei: nele homens que só eu sei com aquela luz e os poemas que pensei e não disse – não disse ainda ou nunca direi. Seria inútil dizê-los, ninguém sentirá a mesma felicidade percorrendo o seu corpo nem entenderá o amor mais do que eu. Ficará em mim como uma melodia, canção que talvez assobie sem saber para quem a compus.

Depois que ele saiu fiz algumas anotações. Quero dar-lhe um nome novo para que daqui há alguns anos ninguém saiba do que se trata. Nem ela saberá se foi de um filme ou de sua juventude. Todos contarão histórias maravilhosas, ele guardará as que sabe para algumas noites só dele, depois de um livro e apagar a luz. Será que é real depois que acaba? Ou o sonho é um outro modo de experimentar? Seu perfume em outras caras não é seu perfume, sou eu querendo acreditar. Eu inventei seu perfume – depois de alguns anos me esqueci como era. Ele não é você nem nunca será. Não posso sacrificá-lo, tenho que deixá-lo respirar. Serei rude, grosseira, direi que não me importo, será mais fácil se ele me odiar. É para o bem dele que afio minhas garras.

Hoje eu não quero lembrar, vou fazer uma fogueira, há muitos nomes na minha boca que já não sei pronunciar, números de telefone, longas cartas, passagens secretas e promessas que fiz e não cumpri. Na minha vida outro ocupa o seu lugar até que outro venha ocupar e assim eu passo a impressão de que estou seguindo em frente fazendo a roda girar. Este ano bati o meu recorde e não tenho o que comemorar. Contarei vantagem mas será só para disfarçar.

“... aquilo que você não diz mas deixa claro...”

Não sonho mais. Sei como tudo funciona. Você entra, conversamos pouco, não quero saber, você também não quer saber, já não fazemos planos, parece que apenas adiamos algo importante que precisamos dizer um ao outro, não sabemos o que, até acho que sabemos mas não por onde começar, depois esquecemos tudo o que estamos vivendo fora dali e fazemos amor, é leve, é bom, é o que salva, você me abraça, o dia me soa estranhamente inesquecivel, seu telefone toca, eu brigo, não brigo mais, você tem que ir embora, não temos mais tanto tempo, esta noite sonhei que tinhamos um filho, queria falar, não quero mais falar sobre aquilo, estou caminhando nua pela avenida mais movimentada da cidade, não estou caminhando mais, ninguém me olha, ninguém mais sabe que eu existo, você tem pressa, eu quero que fique mais um pouco, não não quero que fique nem mais um minuto, nunca mais quero vê-lo, você não me conta mais do seu livro, da minha personagem, não sei se um dia me reconhecerei nele, não sei se um dia me reconhecerei em você, nos presentes, nas cores que gosto, você me beija, não tenho mais forças, agarro seu braço, não agarro braço algum, você sai, fecha a porta.

Estou de volta, estou de volta ao meu cabelo despenteado, ao meu infinito, à minha lista de compras, ao meu silêncio, ao meu cigarro, à esta cidade dos infernos, ao barulho dos carros, ao meu livro de cabeceira, meus comprimidos, meu corpo cansado, minhas teses, minhas olheiras. Estou de volta à vida mas não é a vida, é apenas uma espera até que você entre por aquela porta, entre diferente, entre como era, quando era um risco se apaixonar, quando havia aquela música que eu não podia escutar, quando o que eu mais queria era rabiscar nos muros da cidade o nosso segredo, os mais sagrados.

Estendo a mão, alcanço o seu copo, quase que instintivamente, sem saber o que faço, sem saber direito o que tenho nas mãos, aproximo o copo das narinas, sinto o cheiro da sua boca, do resto de vinho, você pediu do mais caro, tenho saudade dos vinhos baratos, do dinheiro contado, da sua falta de regras, dos poemas que me escrevia na pele, dos medos que tinha, do sorriso que me dava – por mais que eu estique o braço não alcanço mais você, a idéia que eu fazia de você, de poeta irresponsável que eu repreendia, por que não podia ser igual a todos os homens era o que eu repetia, você não devia ter me ouvido, devia ter deixado a barba, devia ter ligado o rádio, devia ter recusado aquele emprego, devia ter desistido, mas não, você não fez nada disso, seguiu com o meu plano, com o seu plano diabólico, apenas para me esfregar na cara que fez tudo o que eu queria. Era a sua colaboração com o nosso amor, era o seu sacrifício. Acho que somos ambiciosos demais, não acreditamos que tudo está perfeito mesmo quando está, a felicidade é sempre algo inatingivel, o amor impossível, o outro apenas uma resposta aos nossos anseios, sei que é a sua cara isto, vai transformar este meu desconforto num texto tão bonito que eu vou querer matar você depois de ler, querer matar por me invadir deste jeito, por roubar o que me é tão íntimo.
O meu nome? O meu nome é ninguém. Para que você quer saber? Eu vou abrir aquela porta, entrar e sair. Apaga a luz que é cedo ainda, vai ficar tudo bem. Os anjos não existem. Eu não sou um deles. É só uma coincidência que eu possua um par de asas. Precisa tempo para se conhecer. Será que você não tem nada mais com o que se distrair? Posso sugerir um livro se você não consegue dormir, mas não vou ficar abraçada até que você pegue no sono. Depois quem vai fazer o mesmo por mim nas noites em que eu também me sentir assim? Você? Você que só quis casar e ter filhos comigo porque se sentiu sozinho? Devia ter me deixado de primeira, seria bem mais simples: um jato d´água e tudo se resolvia.

De que adianta começar algo se fica-se sempre pelo caminho? Agora eu sou diferente mas daqui há alguns meses eu vou ser igual a todas as mulheres que você já conheceu: os mesmos defeitos, a mesma necessidade de se sentir superior. E você? Você que é lindo. Saiba que eu já menti para homens como você e que eu faço isto muito bem. Se faz sentido para você senta e bebe comigo, depois não vá dizer que eu não fui seu amiga.

O meu coração? O meu coração dura só uma noite depois fica proibido de se misturar. É porque eu já morri e você não sabe a dor que é deixar alguém para trás. A pessoa quer correr na sua direção mas não tem mais direção, quer sentir o seu cheiro e é outro o perfume, não quero fazer o mesmo contigo, pareço cruel mas só lhe desejo o bem, por isto apago todo e qualquer vestígio. Meu nome? O meu nome é ninguém.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sou transitória. Gosto de uma idéia, depois não gosto mais. Não posso esperar, precisa ser agora. Se eu pensar demais, vou desistir. Preciso que a passagem seja de última hora. Detesto o preço, mas que se foda. Estou sentada, preciso levantar. Estou de pé, preciso sentar. Sou ímpar, azar. Me perco, mas continuo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Me diz o que é sossego
que eu te mostro alguém
a fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora
e pego carona...
Pra te acompanhar!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Oh simple thing where have you gone

I'm getting old and I need something to rely on

So tell me when you're gonna let me in

I'm getting tired and I need somewhere to begin

So and if you have a minute why don't we go

Talk about it somewhere only we know?

This could be the end of everything

So why don't we go

Somewhere only we know?

terça-feira, 31 de março de 2009

all that i've got

So deep, that it didn't even bleed and catch me
Off guard, red handed
Now I'm far from lonely
Asleep, I still see you lying next to me
So deep that it didn't even bleed and catch me, I...

I need something else
Would someone please just give me
Hit me, and knock me out
And let me go back to sleep
I can't laugh, all I want, inside
I still am empty
So deep that it didn't even bleed and catch me, I...

I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got

I guess, I remember every glance you shot me
Unharmed,
I'm losing weight and some body heat
I squoze so hard I stopped your heart from beating
So deep that I didn't even scream fuck me

segunda-feira, 30 de março de 2009

o amor nos faz relés mortais

Depois que acaba você pensa se não era melhor que nunca tivesse acontecido. Fica a sensação de uma história incompleta a cada novo passo que se dá, é algo que só você sabe que carrega e pesa mas que precisa continuar sorrindo da mesma maneira como se não estivesse lá; você não sabe se se afasta o mais depressa ou se permite que no corpo os sentimentos todos doam até quem sabe se acalmarem – a questão é: existe alternativa para a falta de ar?

Não haverá outra chance igual a esta, numa vida igual a esta, nas mesmas condições ideiais de temperatura e pressão, porque apesar de ser ‘macaco velho’ quando o assunto é amor, você nunca sabe quando algo começa e porque começa, nem se sente capaz de voltar ao estado que era antes dele te tocar porque a partir de agora no seu corpo você convive não com a sensação de onde ele te tocou mas de onde ele não vai mais te tocar, é como um fantasma na sua pele, você quer e não quer exorcizar, quer e não sabe, se alguém souber não me diga, a dor é minha amiga, ela me lembra dele e conversa comigo sobre ele, só dói porque é repetitiva, não conta as novidades, só o que ela já sabe: o que tivemos, como éramos, como termina.

A gente aumenta o volume da tevê para pensar em outra coisa e se sente mal quando percebe que o conflito na faixa de Gaza parece fichinha diante do conflito dentro de você: o amor nos faz relés mortais. Noites inteiras não foram suficientes para tudo o que você sentia e agora você acredita que se tivesse pelo menos mais duas horinhas ele sentiria tudo o que explode dentro de você, coisas que podia ter dito, gestos que poderia ter feito, idéias que passaram pela sua cabeça, daquelas que dão um giro de 180 graus na sua vida e na dele. O problema de não se definir mais o que é amor hoje em dia é que quando é amor você não sabe mais como dizer, só descobre quando é tarde demais para saber. Daquele corpo que ora lhe tocava por descuido ora lhe tocava com paixão apenas a falta que faz, o frio que antes eu não percebia, a solidão de que eu já não me lembrava mais.

dentro de você ou acolá

Você quis saber que música era aquela. Eu disse o nome e a cantora, pediu que eu a colocasse de novo, queria me guardar através dela. O filme podia acabar assim, alguém por favor apague a luz do set, depois disso não haveria mais personagem, só o que sentíamos, naquele sofá que faz barulho quando nos mexemos, duas xícaras de chá esperando esfriar, a gente pensando em tudo o que está acontecendo no mundo independente de querermos e as armas que temos para lutar.

Não posso protegê-la em meus braços pelo resto dos dias, passou-me pela cabeça que gostaria de tentar, mas perguntei-me o que você aprenderia, você pensa o mesmo, embora tenha descoberto naquele último segundo que nunca se sentiu tão confortável nos braços de alguém, como se seu corpo tivesse encontrado onde sempre quis estar, e acha injusto ter descoberto aquilo um segundo antes da gente se soltar. Bem na parte da letra em que a Fátima Guedes canta ‘agora esse mundo é meu’, você não sabe se deve partir ou ficar. Se o mundo é um lugar que você já conhece ou um outro que você precisa explorar. Dentro de você ou acolá.

Eu já vivi a sua vida dez anos atrás, eu já senti a mesma fome, sede e raiva e a mesma vontade de chorar ouvindo esta música quando eu não sabia onde queria estar e dei mil voltas até lhe encontrar e te contei tantas histórias que você quis sair para procurar onde começou cada uma delas e se é aqui comigo que vão terminar – fiz um mapa para você se perder e outro para você voltar, você só precisa escolher qual deles vai usar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

here comes the sun, tchurutchuru

"Que se dane o amor que acaba, que se dane. Prefiro quando acaba, abrem-se novas possibilidades. Há tantas pessoas interessantes pelo mundo, você só estava com preguiça de procurar. O amor é isso: uma grande preguiça de procurar. Por isso inventaram o controle remoto, o sofá, para a gente se acomodar. Eu já vivi tanto isso que tenho as respostas todas na ponta da língua, vem pegar. Não vim para passar a mão na sua cabeça, vim para lhe esquentar. Não sei de coisa melhor para o frio que está fazendo do que isto mesmo que você acabou de pensar."

domingo, 15 de fevereiro de 2009

I want it now I want it now
not the promises of what tomorrow brings
I need to live in dreams today
I'm tired of the song that sorrow sings
I want more than I can get just trying to trying to trying to forget
I walk to you through winds of fire
and never let you know the way I feel
Under skin is where I hide love
that always gets me on my knees
I want more than I can get just trying to trying to trying to forget
Nothing ever lasts forever nothing ever lasts
forever nothing ever lasts
forever nothing ever lasts forever
I want it now I want it now don’t tell me that my ship is coming in
Nothing comes to those who wait
times running out before you're running in.




É triste admitir que para alcançar a liberdade, ou a pseudo-liberdade de escravos de um sistema, precisamos nos desfazer de alguns laços. Laços fortes demais, preciosos, especiais, poderosos, que mesmo trazendo benefícios e seguranças, trazem também uma forte sensação de sufoco, de enforcamento, de fugalaça. O amor pode nos transformar em reféns. Já a fuga do amor, nos transforma em refugiados. Não tem como saber o que é pior, o que é menos pior. Temos que jogar para ver se ganhamos, temos que viver. Sei que parece pessimismo, rancor, mas é somente inteligência emocional, bagagem. Todos querem viver seus contos de fada, mas a vida real não é assim, alguém sempre acaba machucado. Aqueles que acreditam em relacionamentos institucionalizados fingem que conseguem se contentar para enganar a si mesmos, ou simplesmente se contentam porque nunca conheceram a vida, as ruas, as estradas. Não tenho nada contra essas pessoas, mas não vivo no mesmo mundo. O amor significa algo diferente para todos. Cada um tem seus valores, traumas, histórias. Cada pessoa tem uma sacola de experiências que moldaram quem são. A raça humana, porém, é competitiva, egoísta, possessiva. Estão todos procurando o Mágico de Oz. No final, é sempre melhor encarar a verdade. Seguir a estrada e sentir o vento frio. Mesmo que machuque, mesmo que nos faça chorar. Mesmo que haja um preço e, que no peito, fique um enorme buraco. Afinal das contas, com felicidade ou não, o vazio sempre esteve presente.

Tudo vai ficar bem. Basta esperar o tempo que não vendem nas farmácias.

It's gonna shine for you.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009


Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato ainda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Ah!...

I love you.





.





But I love me more.
Nem existir é mais que um exercício
de pesquisar de vida um vago indício,
a provar a nós mesmos que, vivendo,
estamos para doer, estamos doendo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

down for you is up


Às vezes me sinto tão feliz
às vezes me sinto tão triste...
Às vezes me sinto tão feliz,
mas na maioria das vezes você me enlouquece
Amor, você me deixa louca.
Imagino-te como o topo de minha montanha
Imagino-te como meu cume
Imagino-te como tudo o que eu tinha, mas não consegui segurar
Se eu pudesse tornar o mundo tão puro e estranho como eu o imagino
Eu o colocaria no espelho à minha frente
Eu te colocaria em frente à mim
Omitir toda uma vida, vertê-la em uma taça
Ele disse que na hora certa somos como dinheiro, trocamo-nos, mas não conseguimos suportar
Tristeza para você é alegria.

domingo, 8 de fevereiro de 2009


Sábio mesmo é Johnnie Walker, que há anos mata um mundo de covardes, mas continua andando.

I wanna be forgotten,
and I don't wanna be reminded.
You say "please don't make this harder."
No, I won't yet.

Never needed anybody, I never needed anybody
I never needed anybody, I never needed nobody
Don't worry about it, honey
I never needed anybody
I never needed anybody, it won't change now