quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Campeão do Mundo, o tradicional.


Colocaram açucar na erva-mate e chamam de chimarrão tanto quanto o pura-folha. Já é comum para muita gente assar bife na grelha, chamar isto de churrasco e se convencer que é tão bom quanto um costelão 12 horas. Tchê Guri ou Barbaridade são vendidos na mesma prateleira de Luis Marenco e Pedro Ortaça. Por mais que os segundos se esforcem, berrem e tentem se vender com alguma grife, os primeiros serão sempre os mais cultuados sem fazer nenhum esforço. Este é o prêmio de ser pioneiro: se tornar clássico, tradicional e eterno, também sinônimos de imortalidade.


Quem foi rei nunca perde a majestade. Faz hoje 24 anos que o Grêmio é o tradicional Campeão do Mundo do Rio Grande do Sul. Campeão do Mundo "da marca antiga" como se proclamava Jayme Caetando Braun e ninguém contesta. Campeão do Mundo com autoridade, contra os alemães que achavam que fazer o crime contra uma Juventus base da seleção italiana campeã mundial no ano seguinte, seria o mesmo que fazer o crime contra o Grêmio.


O Grêmio estava apresentando seu futebol força ao mundo, não bastava uma vitória chorada com um gol improvável de balão para frente pelos pés de um renegado que o Grêmio representaria o futebol do Rio Grande, isto seria um desrespeito a marca gaúcha de conquistas e resistências. Teria que ser como exatamente foi. Com sangue na testa e força no garrão, neutralizando os alemães no típico futebol-força mas também mostrando que não era só isso, havia técnica para ser usada se preciso fosse.


Hoje é o dia da maior parte dos gaúchos vestir a camisa tricolor imortalizada desde 1983. Uma conquista única para o Rio Grande no Mundial Interclubes clássico, que só os tradicionais do mundo possuem e conquistada de uma forma que nós sim, podemos nos orgulhar. O atual mundial, sem a mesma tradição mas com a mesma grife e credibilidade da "conquista" do Corinthians, pode ser buscado a qualquer momento por qualquer um. Mas e a tradição?


Cristian Bonatto em 11/12/07

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