terça-feira, 22 de abril de 2008

silêncio

No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te a porta...
Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim!
Ando a vaguear
Em roda a tua casa, a procurar
Beber-te a voz apaixonada, absorta!
Estou junto de ti e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa...
Escuta!...
Uns leves passos...Silêncio, meu amor!...
Abre! Sou eu!

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