domingo, 4 de maio de 2008
Sentimentalismo alternativo, ou, a ausência dele
"Eu queria um amor rídiculo, incoveniente, esfixiante e consumidor que não me desse espaço para pensar, queria um amor que me fizesse berrar até a garganta sangrar.Que me fizesse estiletar o braço com com seu nome.Um amor que me escutasse chamando seu nome de cidades a distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço.Um amor cujo beijo me desse frio na barriga e cujo corpo no meu me possuise de tal forma que eu não conseguisse parar de chorar, borrando a maquiagem e inchando meu rosto.E que mesmo nesse estado ele me chamasse de a mulher mais linda do mundo, a única.Que fizesse com que me sentisse virgem e intocada ao desabotoar meu sutiã e percorrer meu corpo com suas mãos.Que me desse dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só parasse com um beijo.Alguém que morresse de ciúmes de todos meus amigos e me xingasse toda vez que ficasse inseguro.E que pudesse curar essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto.Um amor que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertence só a ele.Que me fizesse comprar seu perfume, e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo.Que me fizesse escrever poemas e músicas intensas explicando por A+B porquê de ele ser a razão da minha vida.Que quando lesse se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava.Alguém que escolhesse minha roupa, penteasse meus cabelos e pintasse as unhas do meus pés.Um amor que me fizesse cozinhar um jantar a luz de velas com vinho branco e existisse sobre trilha sonora sexy e sedutora.Alguém que eu pudesse contar todos os meus segredos mais intimos e irreveláveis sem medo de julgamento.Que me fizesse escrever cartas quilométricas em rolos de papeis higiênicos.Com que eu pudesse tomar banho de espuma, sair do banheiro nua e assistir filmes debaixo do cobertor no quarto refrigerado.E que o ar condicionado nos deixasse doentes para cuidar um do outro.Alguem a quem eu desse comida na boca, lambuzasse de sobremessa e depois lambesse o corpo inteiro.Alguem com quem eu tirasse milhares de fotos intimas para poder fazer uma parede dos nossos momentos e decora-lás com o sangue do meu dedo.Com quem todos os dias fossem diferente, que todos fossem como a primeira vez.Queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair.Queria um amor pelo qual eu pudesse morrer, para torar lindo o ato de viver"
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