NANDO - " Me dá um beijo."
ANITA - " Não."
NANDO - " Tem coragem de me negar um beijo?
*Ela olha pra ele, com força. E estoura, com ódio e com vontade de chorar.*
ANITA - " Tem coragem de pedir um beijo pra uma pessoa que te dá nojo? Tem? "
NANDO - " Por favor, Anita, eu errei te peço desculpas! "
*Ela avança pra ele, dedo em riste, nariz empinado, como um adulto falando com uma criança*
ANITA - " Você sabe o que o Armando costumava falar? que não se pode sentir nojo nem pena de quem se ama! Que era melhor sentir raiva do que pena, do que nojo, porque isso é a própria ausência de amor! O armando me falava isso e ele sabia das coisas, era um homem viajado, falava inglês e francês, um artista sensível! Ele não era capaz desses sentimentos. E olha que até tinha razão pra sentir pena de mim, nojo também, porque ele me pegou praticamente na rua, descalça, suja! Mas não. Me levou pra casa dele. Cuidou de mim! Minhas unhas estavam enormes, imundas...e sabe o que ele me falou? "Vem cá, senta aqui, vamos cortar essas unhas! As minhas estavam assim até ontem. Quase precisei de uma tesoura de jardineiro para cortar!" E riu e me fez rir. Entendeu a delicadeza? Ele disse que estava com as unhas iguais às minhas, pra não me humilhar, não me ofender! É com esse tipo de homem que me acostumei! E vem você, que eu mal conheço, e diz que tem nojo de mim? Muito bem! Faça o serviço completo! Tem nojo? Pois tenha pena também! Vai ver é isso mesmo que eu mereço por gostar tanto de você!"
terça-feira, 13 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
Sentimentalismo alternativo, ou, a ausência dele
"Eu queria um amor rídiculo, incoveniente, esfixiante e consumidor que não me desse espaço para pensar, queria um amor que me fizesse berrar até a garganta sangrar.Que me fizesse estiletar o braço com com seu nome.Um amor que me escutasse chamando seu nome de cidades a distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço.Um amor cujo beijo me desse frio na barriga e cujo corpo no meu me possuise de tal forma que eu não conseguisse parar de chorar, borrando a maquiagem e inchando meu rosto.E que mesmo nesse estado ele me chamasse de a mulher mais linda do mundo, a única.Que fizesse com que me sentisse virgem e intocada ao desabotoar meu sutiã e percorrer meu corpo com suas mãos.Que me desse dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só parasse com um beijo.Alguém que morresse de ciúmes de todos meus amigos e me xingasse toda vez que ficasse inseguro.E que pudesse curar essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto.Um amor que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertence só a ele.Que me fizesse comprar seu perfume, e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo.Que me fizesse escrever poemas e músicas intensas explicando por A+B porquê de ele ser a razão da minha vida.Que quando lesse se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava.Alguém que escolhesse minha roupa, penteasse meus cabelos e pintasse as unhas do meus pés.Um amor que me fizesse cozinhar um jantar a luz de velas com vinho branco e existisse sobre trilha sonora sexy e sedutora.Alguém que eu pudesse contar todos os meus segredos mais intimos e irreveláveis sem medo de julgamento.Que me fizesse escrever cartas quilométricas em rolos de papeis higiênicos.Com que eu pudesse tomar banho de espuma, sair do banheiro nua e assistir filmes debaixo do cobertor no quarto refrigerado.E que o ar condicionado nos deixasse doentes para cuidar um do outro.Alguem a quem eu desse comida na boca, lambuzasse de sobremessa e depois lambesse o corpo inteiro.Alguem com quem eu tirasse milhares de fotos intimas para poder fazer uma parede dos nossos momentos e decora-lás com o sangue do meu dedo.Com quem todos os dias fossem diferente, que todos fossem como a primeira vez.Queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair.Queria um amor pelo qual eu pudesse morrer, para torar lindo o ato de viver"
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